Queremos
mais respeito', disse presidente do Sindicato.
Categoria pede que fiscais
parem de multar empresas.
Trabalhadores de mais de 40 empresas da construção
civil do Amazonas se reuniram em frente à Superintendência Regional do
Ministério do Trabalho e Emprego, na Zona Sul de Manaus,
em manifestação na manhã desta sexta-feira (13). De acordo com o
vice-presidende do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil no Estado,
Cícero Custódio, a categoria pede a volta das horas extras e um acordo com o
Ministério.
"O que nós queremos é mais respeito. Como o
trabalhador não pode mais ter hora extra, as empresas estão ameaçando nos
demitir, o que é preocupante, porque dependemos disso", disse Custódio.
Em entrevista ao G1, ele explicou que a
situação agravou desde a chegada dos fiscais do Ministério do Trabalho, há
cerca de um ano. "Estamos preocupados com as multas absurdas que esses
fiscais estão aplicando nas empresas. Muitas delas fecham as suas obras por
estarem sendo perseguidas pelo Ministério do Trabalho. Se elas encerrarem os
trabalhos, muitos pais de família ficarão desempregados", alertou.
Com 20 de seus 46 anos de idade dedicados à construção
civil, o azulejista Francisco de Freitas conversou com o G1 sobre a
atual situação da categoria. "O salário é pouco, então, se não tivermos a
hora extra, fica ainda mais difícil", definiu Francisco, que trabalha oito
horas diárias. "Eu ganho R$ 1.280, mas tenho cinco filhos, então esse
dinheiro não dá para nada. Falta comida, material escolar... Um dos meus filhos
teve a chance de ir para São Paulo jogar futebol, mas como não havia condição
de mandá-lo, não deu em nada", lamentou.
Natural de Tefé (município a 523 km de Manaus), o
guincheiro José Chaves, 45 anos, chegou à capital amazonense há quase duas
décadas para trabalhar na construção civil. Para ele, os fiscais do Ministério
do Trabalho deveriam vistoriar o comportamento dos empresários para com os
trabalhadores. "O Ministério do Trabalho não está interessado nos nossos
problemas. Nem os empresários. Saí de uma empresa que faliu em 2009 e até hoje
não recebi meu dinheiro. O dono tem carrão e apartamento, mas não paga meus
direitos. Em vez de tirar as nossas horas extras, o Ministério deveria ver se
os empresários estão nos pagando", afirmou.
Segundo o vice-presidente do sindicato, atualmente o
Amazonas conta com mais de 260 empresas de construção civil. "Vou marcar
uma reunião na segunda-feira (16) para tentar um acordo. Se não for resolvido,
vamos parar Manaus pelos nossos direitos. Se for possível, iremos até Brasília
denunciar o Ministério do Trabalho", declarou Custódio.
A assessoria de comunicação do Superintendência
Regional do Ministério do Trabalho e Emprego informou que o órgão vai se
pronunciar sobre as reivindicações por meio de nota a ser enviada ainda nesta
sexta.
Fonte:G1
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